Travessia Serra Fina

A Travessia da Serra Fina é uma das trilhas mais desafiadoras e icônicas do Brasil.

Ela fica na região da Serra da Mantiqueira, entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, a trilha apresenta cerca de 30 milhas de extensão e altitudes que variam entre 1.600 e 2.800 metros.

Os trechos são rochosos e com forte exposição ao vento, além de apresentar vistas espetaculares da região montanhosa que tornam a trilha famosa.

Devido à sua altitude e aos obstáculos naturais ao longo do caminho, a travessia é considerada uma das mais difíceis do país!!!

A experiência exige habilidade e preparação física dos trilheiros, por isso é indicada apenas para pessoas experientes e em boas condições físicas.

Além disso, é necessário estar equipado com roupas adequadas, calçados resistentes, mochila com suprimentos e equipamentos de segurança.

Dê uma olhadinha aqui: Equipamentos básicos de Trekking. Onde descrevemos o que pode vir a ser necessário.

A Travessia da Serra Fina é geralmente realizada em três dias, com acampamento em locais específicos ao longo do caminho.

Ficamos maravilhados pela quantidade de espaços separados para acampar, ao longo de todo caminho vimos muitas áreas de camping.

É importante ressaltar que a trilha é de uso restrito e exige autorização para sua realização. Além disso, as regras de preservação ambiental da região devem ser seguidas como o uso de shit tube e a proibição de fogueiras.

A travessia é uma experiência única para quem busca desafios e contato com a natureza, mas deve ser encarada com respeito e cuidado.

Como chegar?

Existem algumas opções para chegar ao ponto de partida da travessia da Serra Fina, dependendo do local escolhido para a entrada na trilha. Aqui estão algumas delas:

  1. Passa Quatro (MG): É possível chegar até a cidade de Passa Quatro de ônibus ou carro, partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro. A cidade está localizada a cerca de 16 km da entrada da trilha, na Fazenda Serra Fina. De lá, é necessário contratar um guia local ou utilizar um serviço de transporte até o ponto de partida da trilha.
  2. Itamonte (MG): A cidade de Itamonte é outra opção para entrada na trilha, passando pelo bairro de Paiolinho. É possível chegar até Itamonte de ônibus ou carro, partindo de São Paulo ou Rio de Janeiro. De lá, é necessário contratar um guia local ou utilizar um serviço de transporte até o ponto de partida da trilha.
  3. Pousada do Marins (SP): A entrada da trilha pela Pousada do Marins, localizada em Piquete (SP), é menos utilizada pelos visitantes, mas pode ser uma opção para quem prefere um percurso mais curto. A cidade de Piquete está localizada a cerca de 220 km de São Paulo, e de lá é possível contratar um guia local ou utilizar um serviço de transporte até o ponto de partida da trilha.

Nós optamos pela primeira.

Mais detalhes sobre a nossa experiência

Primeiro dia – Emocionados!

Estávamos num grupo onde praticamente todos já haviam feito a travessia.

Começamos antes do sol nascer e notamos que a temperatura seria algo completamente desafiador, estava muito frio.

Essa primeira parte não é difícil, mas a mochila pesada e a temperatura baixa deixa tudo um pouco mais complicado para se acostumar. Subimos até o Quartizito (alt 2013m) para o café da manhã e em seguida passamos por aquela famosa crista das fotos.

Foi uma sensação surreal andar na crista das montanhas, mas ficamos chocados por essa parte da travessia ser tão no começo.

Um bom resumo do caminho ao longo do dia são longas subidas e descidas, não tem o que fazer, é respirar fundo e seguir em frente.

Almoçamos num espaço aberto conhecido como Maracanã.

Passamos pelo colossal Campim Amarelo (alt 2392m) com ganho de elevação de quase 450m. Uma subido muito íngreme e bem puxada se você está com a cargueira nas costas.

Seguimos para o depois de descer 200m, subimos 80m e chegamos no Pico do Melano (alt 2559m).

Finalizamos o primeiro dia de trekking na base da Pedra da Mina e acampamos próximo a cachoeira vermelha.

Segundo dia – Congelados

Tivemos uma noite muito fria, chegou a uma temperatura de -8° durante a noite e quando amanheceu tudo o que estava fora da barraca congelou.

Nos preparamos para subir a Pedra da Mina (alt 2798m) enquanto as barracas secavam. Tomamos um desjejum quentinho, alongamos de forma breve e escolhemos a roupa certa para andar, porque apesar do frio, ficar suando durante o trekking na montanha não faz muito bem.

Eu (Nath) sofri bastante logo no início da subida. O frio me afeta demais por conta da asma, em uma super subida então! Mas deu tudo certo, fomos bem devagar e chegamos bem.

A vista é de tirar o fôlego e o dia já vale a pena bem cedinho. Descansamos um pouco, tiramos algumas fotos e descemos.

Alerta de burrice!!!

Nosso grupo era grande, então é comum pequenos grupos se formarem ao longo da caminhada, ao sair da Pedra da Mina os únicos três que nunca haviam feito a travessia ficaram juntos e acabamos tomando o caminho errado.

Lá existem muitos totens de pedras identificando o caminho, fica fácil de visualizar para onde seguir, o problema foi que encontramos um caminho que também levava ao Pico e não o caminho da travessia.

Ou seja, descemos uns 100m para ter que subir de novo e encontrar nosso grupo.

Seguimos para o Vale do Ruah que é um vale glacial que se estende por cerca de 7 km, cercado por montanhas íngremes e rochosas.

O vale é caracterizado por suas formações rochosas diferentes, como o Dedo de Deus e o Castelo dos Cuscos, além de diversas cachoeiras e poços naturais de água cristalina, ideais para um mergulho refrescante (leia-se congelante) após a caminhada.

Ele é um dos pontos altos da travessia da Serra Fina e uma das paisagens mais marcantes da região, onde paramos para almoçar porque tem uma ótima fonte de água.

Após mais subidas imensas e descidas enormes, vimos o pôr do sol no Cupim do Boi (alt 2543m) e acampamos num bambuzal mais para baixo.

Terceiro dia – Cansados

Último dia subimos o Pico dos Três Estados (alt 2665m) com gelo no caminho, porém, um dia lindo com mais 10km pela frente para terminar.

Passamos pelo Alto dos Ivos (alt 2521m) onde venta tanto, tanto, tanto que parecem assovios por toda parte.

Descemos infinitamente até chegar a uma estrada de terra na qual andamos por mais alguns quilômetros.

O término foi ótimo, o clima estava bom e finalizamos mais ou menos 31km de travessia cansados, mas extremamente realizados!


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